( Resenha ) Rio Vermelho de Amy Lloyd @FaroEditorial - Clã dos Livros

( Resenha ) Rio Vermelho de Amy Lloyd @FaroEditorial

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Faro Editorial

Leia a sinopse AQUI.

Resenha


A Faro Editorial vem investindo em ótimos suspenses, e estou afirmando isso como leitora, não como blogueira parceira. Como fã do gênero, sei que posso investir sem medo, já que além de enredos fascinantes, ainda tenho a certeza que irei me deparar com uma edição incrível (coisa rara em se tratando do gênero). Devo agradecer por esse feito, já que nós, leitores apaixonados por suspenses, também merecemos edições bem elaboradas.

Narrado em terceira pessoa, Rio Vermelho é uma obra que testa o leitor desde a primeira linha. Isso pelo fato de trazer um personagem que divide opiniões.

Dennis Danson é um presidiário que fora acusado de ter assassinado uma garota. Seu nome ainda estava ligado à outras mortes, e por isso sua sentença seria a morte. 

Anos se passaram desde sua condenação. Dennis fora julgado ainda muito novo. Considerado frio e cruel por muitas pessoas, era questionado sempre a respeito dos corpos das vítimas. 

Mas ele se dizia inocente. E haviam muitas pessoas que tinham convicção da inocência de Dennis. Estas o consideravam um injustiçado. O que motivava ainda mais a crença na inocência de Dennis era o fato de que não haviam provas significativas dos crimes. 

Sua infância pobre, marcada pela violência e maus tratos no lar, evidenciavam ainda mais o fato de uma provável injustiça movida ao preconceito social. 

"(...) muitas vezes a resposta mais óbvia é a correta, aquela que está bem na sua frente o tempo todo."
Grupos que apoiavam Dennis começaram a surgir pelo mundo todo. Documentários sobre sua vida ganhavam espaço na mídia e ajudavam a aumentar ainda mais o número de pessoas que acreditavam em sua inocência. E dentre delas, temos Sam.

A história de Dennis deixara Sam mergulhada em empatia. Ela enxergou, assim como milhares de pessoas, a inocência daquele homem. Cada vez mais obcecada, passou a acompanhar fóruns e grupos que se uniam para lutar pela liberdade de Dennis.

Sam é uma mulher muito solitária. Saindo recentemente de um relacionamento, passou a ter muito apreço pelas pessoas que defendiam Dennis. Com elas, mantinha uma relação de amizade. 

O seu envolvimento com o caso se tornava cada vez mais intenso. Tanto que passou a escrever cartas para Dennis. 

Mas ela teve um diferencial: era respondida. E isso foi acontecendo muito frequentemente. Até que, mesmo distantes, um novo sentimento passou a surgir: Sam se viu completamente apaixonada por Dennis, e qual foi sua surpresa ao constatar que ele a correspondia.

Apaixonada, deixou seu país para visitá-lo na prisão. 


Namoro, visibilidade mundial do caso, protestos... Não demorou muito para que finalmente Dennis ganhasse a liberdade. 

Eles se casam, porém a convivência passa a ser um tanto que estranha. Ela entende que o comportamento "diferente" do homem que ama pode ser devido ao fato dele ter ficado por muito tempo na prisão. Afinal, Dennis mal sabia como funcionava um celular. 

Antes, enquanto preso, Sam era exclusiva, tinha toda a sua atenção para si nos poucos minutos da visita. Em liberdade, o jogo era outro. Muita gente queria vê-lo, e ele tinha uma agenda abarrotada de compromissos.

As peças da personalidade de Dennis passam a ser montadas quando o casal viaja para a cidade em que ele cresceu; mesma cidade onde os crimes ocorreram. 

Dennis seria o mocinho ou o vilão dessa história? 

Rio Vermelho é uma obra daquelas que tira o fôlego. Traz personagens complexos, com personalidades questionáveis. Sam, por exemplo. A mulher não tem um pingo de autoestima, e não é spoiler revelar que foi justamente por isso que aceitou embarcar num relacionamento com Dennis, mesmo ele estando na prisão. E sua personalidade leva o suspense ao ápice, pois nos faz questionar se Dennis realmente adquire um comportamento suspeito, ou se isso não seria fruto da imaginação de uma pessoa completamente ciumenta e dependente de relacionamento.

"(...) Você tem uma queda por caras que matam garotinhas."
Dennis, por sua vez, é indecifrável. Eu já tinha minha opinião formada sobre ele, mas não poderia imaginar o quanto sua personalidade seria trabalhada. Me enganei em alguns pontos, acertei em outros, mas o ponto é que o casal, que de início aparenta ser tão simples, se torna inesquecíveis ao leitor por ter esse processo de "divulgação" lenta. 


A narrativa em terceira pessoa não alimenta o leitor com informações precisas sobre cada um deles, mas sim sobre as ações. Dessa forma, assim como na vida real, passamos a montar o caráter de ambos baseados em suas ações. Jogada inteligente por parte da autora.

Não é um enredo recheado de ação. Ele envolve pelo quebra-cabeça da culpa ou inocência de Dennis. 

Porém, quando a ação ocorre, ficamos sem ar. Não estava preparada para todas as revelações que ocorreram no ápice do enredo, tão pouco para o desfecho.

Conclui a leitura com os músculos doloridos tamanha foi a tensão. E fiquei muito feliz com o resultado da obra, que traz um enredo completamente atual e original.

Li e recomendo! Rio Vermelho não pode passar despercebido pelos amantes do suspense. 


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