Companhia das Letras
Leia a sinopse AQUI.
“Eu não me sentia forte. Demorei muito tempo até encontrar minha própria força.”
Cecília se sentia gorda, feia,
chata e nada interessante. Vivia no modo autodefesa, por isso, quando alguém a menosprezava,
tudo aquilo voltava-se contra ela.
Cecília trabalhava na Papel & Letras, uma livraria
charmosa, porém atolada em dívidas, localizada no primeiro piso de um dos
únicos shoppings da cidade. A chefe era malvada, mas no mínimo, a garota
acreditava que não seria tanto ao ponto de demiti-la justamente no dia do seu
aniversário de dezoito anos. Mas não havia recebido o apelido de Maléfica à toa
e foi exatamente o que aconteceu.
Cecília tinha acabado de
ingressar para a faculdade, onde cursava desenho industrial. Entretanto, ensinavam
menos desenho do que imaginou, mas, apesar disso, ela estava gostando e
precisava muito do dinheiro que ganhava para custear os estudos.
“... minha vida parecia uma grande produção da Shonda Rhimes, com dramas, desgraças e reviravoltas para ninguém botar defeito.”
A mãe de Cecília passava tempo
demais chorando de saudade do Paulo, um traidor patético com que se casou e que
tornou-se padrasto da filha. Houve um tempo em que Cecília considerou Paulo um
pai, mas não mais.
Ela ainda estava tentando
descobrir qual era o significado daquela palavra, pois, não sabia absolutamente
nada sobre o seu verdadeiro pai. Afinal de contas, a mãe fazia questão de
fingir que ele nunca existiu.
“Às vezes eu sentia que ia morrer.
A falta de ar, de controle e a pressão no peito eram desoladoras. Eu perdia a noção do tempo e do espaço, não sabia quando aquilo ia parar, se é que ia. Era como me afogar em águas rasas, sem perceber que podia simplesmente colocar os pés no chão.”
Quando ainda estava na escola,
Cecília era a garota esquisita que gostava de ler e desenhar, filha de uma das “tias”
da secretaria, era bolsista em um colégio de classe média alta. Rachel, tirava
excelentes notas, era estudiosa e dedicada, fazia sentido as duas serem amigas.
Mas a amizade com Iasmim era uma incógnita, já que eram muito diferentes.
Todo mundo gostava da Iasmim,
que era uma espécie de “espírito livre”, divertida e interessante. Tudo aquilo
que Cecília gostaria de ser.
Stephanie foi a primeira amiga
que Cecília fez fora da escola. As ideias das duas eram muito parecidas, assim
como suas origens. Seria a única coisa boa que levaria da Papel & Letras. Porque, Juliano, ao contrário de Stephanie, era apenas
um colega de trabalho que Cecília convidou para o seu aniversário, somente para que não se
sentisse excluído.
“Pela primeira vez em dezoito anos, me senti completamente sozinha. Então lembrei que não precisava ser assim. Ainda tinha algumas pessoas que sempre estariam ali por mim.”
Bernardo estava cheio daquela
necessidade de sair todo o fim de semana, como se o mundo fosse acabar se não
batesse ponto em alguma festa sexta, sábado e domingo, só para chegar acabado
na faculdade na segunda. Então, Rachel ligou pedindo que buscasse sua irmã,
Iasmim e a Cecília no bar Cuervo, porque tinham bebido demais e ela não dava
conta de colocar as duas no carro sozinha.
Cecília não era o tipo de
garota que ia para a farra, embora fosse a companheira fiel de Iasmim. Portanto,
Bernardo ficou surpreso ao saber que ela também estava mal.
Ela foi praticamente criada
pela avó, pois, foi quem cuidou de tudo quando a menina dava trabalho demais para
a mãe. Foi na casa dela que Cecília ficou sempre que algo dava errado em sua
casa.
A avó sempre oferecia colo e
comidas gostosas, sem se preocupar com o peso que a neta tinha. Quando a
instabilidade emocional da mãe passava, ela voltava para casa e ficava pisando
em ovos por um bom tempo até que o ciclo recomeçava. Porém, dessa vez, depois
de uma discussão acalorada com a mãe, a garota foi expulsa de casa.
Assim, encontrou refúgio na
casa de Iasmim, onde passava a maior parte do tempo. Portanto, acabou se
aproximando de Bernardo e uma amizade genuína surgiu entre eles.
Em pouco tempo, Cecília e Bernardo se apaixonaram e um romance teve início. Mas ela não acreditava em
amor verdadeiro e muito menos na baboseira do felizes para sempre, assim como,
ele também tinha os seus receios e suas inseguranças. Porque nenhum dos dois possuía um bom exemplo dentro de casa.
Então, Bernardo cometeu
um erro que poderia facilmente colocar um ponto final no relacionamento deles. Desta forma, Cecília
se sentiu ainda mais convicta de que o amor era perda de tempo e que esse sentimento não era para pessoas como ela.
“Era incrível como as coisas mudavam de uma hora para a outra. E parecia que as coisas estavam prestes a mudar mais uma vez.”
Um romance sensível,
encantador e emocionante, dividido em duas partes, que me fascinou da primeira
até a última página. Narrado em primeira pessoa intercala entre os pontos de
vista dos protagonistas, Cecília e Bernardo, que são extremamente cativantes.
A escrita da autora é fluída,
harmoniosa e delicada. Tudo se completa dentro da trama sem deixar pontas
soltas. Sendo os personagens construídos de forma exemplar.
A capa é linda, me conquistou
à primeira vista. A diagramação é muito bem feita e a revisão é ótima.
Dou cinco estrelas, favorito e
recomendo!!!
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