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Resenha
A Zona Morta é mais um clássico de Stephen King. Trazendo um
suspense sobrenatural muito bem criado, a obra é uma ficção que poderá agradar
tanto os leitores já adeptos do autor, quanto os novatos.
Fiquem tranquilos, pois não temos terror escancarado. É um suspense regado
a drama.
John Smith é um simples professor. Jovem, engraçado, não
muito bonito, porém sua simpatia foi suficiente para atrair a atenção da também
professora Sarah.
No encontro mais importante do casal, algo terrível
acontece: John sofre um acidente.
Seu estado é muito grave, ele se encontra inconsciente, sem
perspectiva de vida.
Algo que, por mais trágico que seja, poderia facilmente
acontecer com qualquer pessoa. Quatro anos e meio se passam, até que
ele finalmente desperta. Além das sequelas do próprio acidente, John ainda
acorda com um dom, um poder paranormal: o de ver o presente, o passado e até
mesmo o futuro de uma pessoa pelo simples ato de toca-la.
Claro que nada acontece tão rápido assim, eu estou realmente
ansiosa para contar a vocês do que se trata o livro, que precisei resumir o
ápice para que todos consigam acompanhar minha opinião, através da minha
experiencia de leitura.
John, antes de entrar em coma, já tinha esse dom, não tão
intenso e dominante; que fique claro. Ainda na infância, ele sofrera um
acidente, onde batera com a cabeça muito fortemente. E então, ele conseguia por
vezes, adivinhar o que iria acontecer. Como por exemplo, a sequência musical que iria
tocar no rádio.
No dia do seu acidente, ele conseguiu faturar uma grana jogando
na roda da fortuna do parque em que fora com Sarah. Poderia ser seu dia de
sorte!
O autor faz com que o leitor conheça o círculo familiar de
John. E claro, Sarah. A personagem ganha nossa simpatia logo de início, e mesmo
sabendo tudo que vai acontecer a John, torcemos por esse casal.
Nada acontece rápido. Apesar de eu estar sendo rápida nos
acontecimentos do enredo, o autor abusa de sua característica detalhista e
calma, nos fornecendo um enredo rico e coerente.
Ao começarmos a ler, conseguimos facilmente dar vida à história, e a impressão que temos, é que realmente se passaram quatro anos e
meio até que John despertasse. E não ficamos sem notícias.
Nesse período difícil, seu pai sofrera muito. Primeiro com
os custos para manter o filho no hospital, e ao mesmo tempo com a esposa. A mãe
de John passou a ser uma fanática religiosa, capaz de fazer qualquer coisa por sua crença.
Sarah também sofrera. Mas era jovem, e lembrem-se, John não
tinha perspectiva. Seguiu sua vida adiante, se casando com um homem digno.
O mundo seguia em frente. E John vegetava. Ninguém acreditava na possibilidade dele acordar. Aliás, muitas vezes, seu pai chegou a
desejar que ele morresse, pois vê-lo naquele estado deplorável, lhe causava uma
enorme dor.
Quando John abriu os olhos, nem mesmo os médicos acreditavam
que era real. Sua mãe considerou um milagre, seu pai fora invadido por remorso
e felicidade.
Vejam bem, acordar de um coma após tanto tempo, é algo
realmente milagroso. Que deve ser comemorado. Mas vamos analisar a situação: o
mundo seguia em frente e John vegetava. Sentiram algum impacto com essa minha
frase? Ele não sabia por quanto tempo havia dormido, pra ele Sarah ainda era
sua garota, ele ainda era um simples professor.
E então, as visões. De início não entendia, mas sempre teve
convicção no que via ao tocar uma pessoa.
Imaginem se uma pessoa te toca agora e diz para você correr
a sua casa pois ela está sendo incendiada. Considere que essa pessoa está isolada dentro de um hospital, não
havia como ela saber o que estava acontecendo. Você acreditaria? E qual seria
sua reação ao constatar que ela tinha razão?
O dom de John, tão poderoso, talvez tão estimado por muitos
até mesmo na vida real, foi colocado de uma forma nua e crua na ficção de
Stephen. Ele mostra ao leitor a incredulidade das pessoas, e os riscos que o
personagem corria, a cada visão que revelava.
O que começou dentro de um hospital, se estendeu em toda
cidade. Logo, até a imprensa sabia da existência do paranormal, e ao receber alta,
pessoas de diversas partes tentaram contatar John. Mas ele não queria isso. Não
queria ser um deus. Tão pouco fazer uso do seu dom.
"(...) é melhor que certas coisas não sejam vistas e é melhor que outras não sejam encontradas."
Toda essa realidade o deixava triste. Além de precisar se
adaptar à realidade dos acontecimentos, ainda precisava conviver com o seu dom
e com o que ele causava ao próximo. Sempre que fazia qualquer revelação, era
com a simples intenção de ajudar, mas nem sempre quem a recebia, enxergava como
ajuda.
Aberração. Farsa. Aproveitador. Era assim que a maioria das pessoas o enxergava.
Claro que o drama do personagem foi o que mais me envolveu
na leitura. Porém, Stephen coloca ainda mais elementos na trama. Suspenses que
nos prendem por inteiro, que infelizmente não poderei abordar para não estragar
a surpresa do livro.
Narrado em terceira pessoa, a obra foi publicada pela primeira vez em 1979, e mesmo o enredo se passando na década de 70, não deixa de ser atual.
A edição, como sempre está perfeita. Suma sempre arrasando com os livros do autor.
Leitura recomendada!
P.S.: as imagens que utilizei na resenha, são do filme adaptado do livro, em 1983; intitulado nacionalmente como Na hora da Zona Morta.
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