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Resenha
O Pistoleiro é o primeiro livro
da série “A Torre Negra”, escrita por Stephen King. A série conta com um total
de oito volumes.
Como fã de carteirinha do autor,
desejei por anos iniciar a leitura da série, que porta milhões de fãs do
mundo inteiro.
E não é tarefa fácil resenhar um
clássico que tanto agrega fãs.
Stephen é um escritor muito
versátil, e aqui temos um estilo completamente diferente. “O Pistoleiro” tem
como principal base o gênero fantasia, mas incrustado a ele, encontramos
terror, drama e aventura.
De início, fiquei realmente muito
confusa com o enredo, e por um breve momento acreditei que não iria funcionar
pra mim. Mas mestre é mestre!
Na obra, acompanhamos a jornada
de Roland, o último descendente de uma linhagem de pistoleiros, em uma perseguição
pelo Homem de Preto.
Não entendemos de antemão o
motivo para tal perseguição.
Ao contrário das obras que já li do autor, nesta
não temos muitos detalhes imediatos sobre quem são os personagens.
Tão pouco sabemos, inicialmente, o nome do Pistoleiro. Essa falta de detalhes, tão atípica de King,
me provocou desconforto. Era como se estivesse no escuro.
Nesta fantasia, a realidade se confunde.
Sabemos que não estamos no nosso mundo, a narrativa remete a um deserto, e
durante a perseguição de Roland ao Homem de Preto, ele se depara com algumas
pessoas e locais.
O tempo é outro fator notório. É
diferente nesse contexto.
"De fato, quando alguém anda à procura da Torre Negra, o tempo é um assunto que não tem absolutamente nenhuma importância."
Muitos mistérios e fatores
surpresas rodeiam a leitura. A começar pelo Homem de Preto.
Não sabemos ao certo “o que ele é”.
E isso não nos é revelado de uma vez. Começamos a compreender seus poderes a
medida do avançar das páginas, e entendemos por fim que ele exerce grande
influência em tudo e todos que aparecem no grande deserto.
O Pistoleiro sempre está a frente
das nossas compreensões.
"A armadilha tinha uma horripilante perfeição. Se alguém dissesse que você ia para o inferno se pensasse em ver sua mãe nua (um dia, quando ele era muito jovem, tinha dito exatamente isto ao pistoleiro), você acabaria tendo esse pensamento. E sabe por quê? Porque você não queria imaginar sua mãe nua. Porque você não queria ir para o inferno. Porque se damos uma faca e uma mão para segurá-la, a mente acaba sendo tentada. Não porque queira; porque não quer."
Quando por fim entendi esse fato, pude enxergar que Roland
sempre soubera, e por isso se tornava tão arredio com todos que apareciam em
seu caminho.
Como por exemplo, na cidade de
Tull. Roland conheceu todos os moradores, e percebeu aos poucos que tudo não
passava de uma grande armadilha para ele próprio.
Alguns diziam que o tal Homem de
Preto era um anjo. Outros o apontavam como o próprio demônio.
O fato é que, com exceção de
Roland, todos os demais personagens pareciam estar, de certa forma,
enfeitiçados; o que monta assim uma grande incógnita, pois não sabemos se tudo
não passa de ilusão ou não.
Os poderes do Homem de Preto são inestimáveis.
Mesmo não nos deparando com detalhes de sua essência, sabemos sobre seu feitiço.
E um dos mais admiráveis, a meu ver, foi a passagem em que Alice (personagem
que Roland encontra em Tull) relata o dia em que ele ressuscitou um homem.
"Cuidado com o homem que se finge de fraco".
O enredo é rodeado por muita
magia. Mas não é algo doce e belo. A magia imposta é sinistra, perturbadora e
por vezes, assustadora.
E ainda nessa busca incansável
pelo Homem de Preto, Roland se depara com o personagem mais completo da trama:
o garoto Jake.
Jake vivia em nosso mundo e fora
parar na realidade de Roland ao ser vítima de um terrível acidente. Quando tal
personagem aparece, tudo passa a fazer sentido.
É nesse ponto que a fantasia de
Stephen toma um gosto delicioso e se torna viciante.
Vale esclarecer que é um livro
introdutório, movido por mais perguntas que respostas. Talvez minha resenha
possa parecer confusa, mas quero passar a vocês que pretendem iniciar essa
grande jornada, que o primeiro livro traz justamente esse ponto de partida: a
busca pelo Homem de Preto.
"Era um jogo, não era? Homens adultos sempre tem de fazer esses jogos? E tudo tem de ser uma desculpa para outro tipo de jogo? Os homens amadurecem ou fazem apenas o jogo da chegada da idade?"
Ao terminar a leitura, é
completamente impossível não querer ansiosamente o segundo livro da série.
Aviso aos navegantes: é uma
leitura que provoca agonia, tensão. Porém, é deliciosamente viciante.
Narrado em terceira pessoa,
apesar das poucas páginas (227), não conseguimos ler “num tapa”. A complexidade
fabulosa de Stephen perturba. Por vezes precisei fechar o livro, respirar e
descansar meu coração das cenas intensas.
E isso não é uma reclamação. Se não
deixei claro, é o momento de dizer que a série pegou mais uma leitora. Adorei e
quero mais!
A edição está linda, com uma
introdução arrebatadora do próprio autor, contando a respeito de sua inspiração
para a criação da série.
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