( Resenha ) Suicidas de Raphael Montes @cialetras - Clã dos Livros
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Resenha

Este romance carregado de um suspense fantástico foi finalista dos prêmios Machado de Assis e Benvirá de Literatura no ano de 2010, e o primeiro livro do autor brasileiro Raphael Montes, que hoje, possui um repertório de livros de sucesso como: Dias Perfeitos e Jantar Secreto, entre outros.  Essa versão traz uma capa organizada, com desenhos da arma, uma Magnum 608, utilizada pelos jovens na roleta russa e manchas de sangue num papel que remonta o livro que estava sendo escrito durante a trama, por um dos protagonistas. 

O livro retrata três momentos da história que se intercalam. A vida antes da roleta russa contada através de um diário, a leitura do rascunho do livro escrito durante o episódio sangrento e uma reunião que ocorreu um ano após a tragédia reunindo as mães dos adolescentes envolvidos e convocada pela delegada responsável pelo caso, a fim de descobrir novas informações.


Ao começar a ler o livro e adentrar no universo dos personagens o leitor se pergunta: O que levaria jovens aparentemente bem sucedidos e felizes a se reunirem para retirar suas próprias vidas? O que de fato teria acontecido naquela fatídica noite? Por que as mães daqueles adolescentes não foram capazes de descobrir o que se passava na cabeça de seus filhos e impedir a tragédia?

“Até que ponto conhecemos realmente as pessoas? Agora eu tinha a resposta: nós não conhecemos ninguém. Não conheço nem a minha mãe. Não conheço seus limites, seus sonhos, seus medos e suas angústias mais íntimas.” 

Não é uma leitura leve, pelo contrário, é preciso ter estômago em alguns momentos, pois o autor consegue ser sórdido e algumas atitudes dos personagens nos entristecem, nos causam repulsa, nojo e muita indignação. Mas essa é uma característica presente em outros livros do autor. Lembro que em Dias Perfeitos tive a mesma sensação de ódio do personagem em alguns momentos da trama.


“A sensação de levar uma arma na cabeça é mágica. O cano metálico passeando pelos fios de cabelo e massageando a têmpora, o peso do revolver, a mão suada envolvendo a empunhadura, o coração bombeando sangue com um pulsar agitado, o cérebro despejando impulsos elétricos no corpo... É como um êxtase, um orgasmo. Você deveria experimentar.”

Importante destacar que o livro traz a tona alguns problemas e assuntos polêmicos retratados em nossa sociedade e nas suas relações familiares e afetivas como drogas, suborno, sexualidade, inclusão, entre outros.

“Tive vontade de quebrar tudo. Aquele desejo selvagem, que nos invade de repente, de se rebelar contra a merda do mundo, de abalar a paz social sublimável em que nos refestelamos com ar burguês. Queria fugir. “

O mistério só é solucionado nos últimos capítulos, o que prende e deixa o leitor ansioso até o ultimo momento. Em minha opinião, foi mais um thriller brilhante e desesperador de Raphael Montes.

  “Cometer suicídio é como se tornar um Deus por alguns segundos.”

Você pode conferir as resenhas de todos os livros do autor AQUI.


 

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