Editora Arqueiro
“Fiquei em silêncio enquanto um milhão de pensamentos diferentes e ridículos passavam pela minha mente.”
Maia
sempre se lembraria de onde estava e o que estava fazendo quando soube que seu
pai havia morrido. Sentada no belo jardim da casa de uma velha amiga de escola,
em Londres, lia um livro e desfrutava do sol de junho enquanto Jenny foi buscar
seu menino na escola. Quando o celular tocou, sinalizando que se tratava de
Marina, a mulher que representava a única mãe que conhecia, ela pensou no quanto
se sentia calma e em como viajar tinha sido uma ótima ideia. Entretanto, depois
que recebeu a terrível notícia de sua perda, as coisas mudaram completamente.
Maia
era a mais velha das sete irmãs e, desta forma, acabou sendo avisada primeiro. Havia
muito sofrimento na voz de Marina e, percebendo isso, compreendeu que precisava
se conter para o bem dela e para o seu próprio.
Logo,
Maia afirmou que entraria no próximo voo para Genebra e, assim, retornaria para
casa. Enquanto isso, faria o possível para entrar em contato com todo mundo.
“— Ele se foi — sussurrei. — Se foi para sempre. Nunca mais vou vê-lo.”
Frequente,
ao fazer aquela viagem, Maia sentia que estava entrando em um mundo etéreo,
alheio à realidade. O mundo de Pa Salt, um apelido carinhoso de seu pai, que
inventou quando era criança. Ele sempre foi apaixonado por velejar e, com frequência,
quando voltava para a casa no lago, cheirava a ar fresco e ao mar. De algum
jeito, o apelido pegou, e as irmãs mais jovens também o usavam.
Cada
uma das sete irmãs foi escolhida por Pa Salt quando eram bebês, adotadas pelos
quatro cantos do globo e trazidas para viver sob a proteção dele. Sendo, especiais
e diferentes. Ele as batizou com o nome das Sete Irmãs, sua constelação favorita: Maia, Ally (Alcíone), Estrela (Asterope), CeCe (Celeno), Tiggy (Taígeta), Electra e Mérope, cujo paradeiro era desconhecido.
Como
qualquer criança, rica ou pobre, já que não conheceram nada diferente enquanto
cresciam, o modo como viviam nunca pareceu incomum. Todas tiveram aulas com
professores particulares e foi apenas quando Maia ingressou num colégio
interno, aos treze anos de idade, que começou a perceber que a vida que tinham
estava longe de fazer parte de uma existência normal.
Maia
tinha muitas perguntas a fazer com relação a seu pai, que já não podiam ser
respondidas. Afinal de contas, sempre foi um homem extremamente reservado. Mesmo
na morte, ele tinha tudo sob controle.
“A verdade era que eu tinha mais medo do que qualquer uma delas. Enquanto todas as minhas irmãs tinham criado asas e deixado o ninho, eu havia ficado, escondendo-me por trás da necessidade da minha presença quando Pa começou a envelhecer."
Maia
escolheu uma carreira solitária. Ironicamente, por causa do vazio de sua vida
pessoal, passava os dias em um mundo fictício e frequentemente romântico, traduzindo
romances do russo e do português para o francês, seu idioma pátrio.
Aos doze
anos, Maia era fluente em francês, alemão e inglês, todos os idiomas falados na
Suíça. Ela também tinha um bom conhecimento de latim, grego, italiano, russo e português.
Os idiomas se tornaram uma verdadeira paixão, um desafio que era ilimitado,
porque não importava quanto era boa, sempre poderia melhorar.
Mas,
como tantos seres humanos, a vida trouxe acontecimentos que desviaram Maia da
trajetória planejada. Portanto, em vez de serem uma plataforma de lançamento
para o mundo, suas habilidades permitiram que se escondesse na casa onde
cresceu. As irmãs a criticavam por causa da vida reservada, enquanto
flutuavam de uma existência a outra. Diziam que se tornaria uma velha
solitária, afinal, não conheceria ninguém se não saísse daquele lugar.
“Até poucas horas atrás, Pa Salt era onipotente, onipresente. Uma força da natureza que nos mantinha firmemente de pé."
Talvez,
o verdadeiro motivo de toda a inquietação de Maia fosse o fato de que cada uma
de suas irmãs tinha uma vida além daquela no seu lar de infância. Enquanto isso,
aquele lugar e Pa Salt eram tudo o que existia para ela.
Pa Salt
garantiu que todas permanecessem seguras financeiramente, contudo, exigiu que
não vivessem como princesas preguiçosas. Isso significava, que receberiam o
suficiente para que não passassem por dificuldades, mas nunca o bastante para
que vivessem com luxo.
A casa
seria delas para o resto da vida. Portanto, teriam um lugar seguro para
retornar se precisassem. Embora, o desejo de Pa Salt fosse que deixassem o
ninho e escrevessem seus próprios destinos.
Logo,
cada uma delas recebeu uma carta e algumas coordenadas, contendo inscrições em
grego, que indicavam onde a história delas havia começado. Todas as pistas mais úteis foram informadas, para que, caso desejassem, poderiam embarcar numa
jornada rumo ao passado e descobrir de onde vieram.
“Enquanto eu bebia, me ocorreu que era realmente incrível pensar que, se eu quisesse, poderia simplesmente entrar em um avião amanhã e, dentro de 24 horas, bater na porta do meu passado.
A Casa das Orquídeas, Laranjeiras, Rio de Janeiro, Brasil."
Então, Maia viajou para o Brasil, fugindo do misterioso ex-namorado Zed, que a marcou muito em seu passado. Feito isso, ela acabou conhecendo Floriano, um autor brasileiro para quem já traduziu um livro para o francês e os dois se aproximaram rapidamente, envolvendo-se em um romance.
Juntos os dois partiram em busca de respostas sobre a família biológica de Maia. Desta forma, descobriram sobre Izabela, tataravó dela e logo foram transportados, através das informações adquiridas, para o Rio de Janeiro do ano de 1927.
As Sete Irmãs é um romance escrito por uma irlandesa. A série é baseada na mitologia das Sete Irmãs das Plêiades, a conhecida aglomeração de estrelas no famoso centurião de Órion. Da civilização maia aos gregos, passando pelos aborígenes, as Sete Irmãs sempre estiveram presentes em inscrições e em versos. Os marinheiros as utilizavam como farol há milhares de anos.
Juntos os dois partiram em busca de respostas sobre a família biológica de Maia. Desta forma, descobriram sobre Izabela, tataravó dela e logo foram transportados, através das informações adquiridas, para o Rio de Janeiro do ano de 1927.
As Sete Irmãs é um romance escrito por uma irlandesa. A série é baseada na mitologia das Sete Irmãs das Plêiades, a conhecida aglomeração de estrelas no famoso centurião de Órion. Da civilização maia aos gregos, passando pelos aborígenes, as Sete Irmãs sempre estiveram presentes em inscrições e em versos. Os marinheiros as utilizavam como farol há milhares de anos.
Narrado
em primeira pessoa pela perspectiva da protagonista, Maia, transporta
facilmente o leitor para dentro de uma trama repleta de lendas. Estou certa de
que os próximos livros são ainda melhores!
A escrita
da autora é simplesmente maravilhosa. Os personagens são incríveis.
A capa
é linda, representa muito bem a história. A diagramação é delicada e a revisão
é exemplar.
Dou
cinco estrelas e, sem dúvidas, recomendo!!!
Fiquei interessada em ler esse livro, mas gostaria de saber, se conta a trajetória de todas as irmãs em busca de seus passados ou apenas fona na história de Mais.Abraços.
ResponderExcluirCada livro da coleção conta a trajetória de uma das irmãs. E o oitavo livro conta a história do pai e o pq dele adotar cada uma. São deliciosos de ler.
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