Editora Pandorga
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Resenha
“Eu estava dissolvida entre os demais e havia uma grande vantagem em ser uma mera mortal como os outros.”
Depois que aprendeu a manusear a máquina de costura ainda na infância, fez dela sua companheira, refugiando-se no trabalho. Começou a fazer barras de calças, pregas de botões, pequenos remendos e outros reparos. Desta forma, com o passar do tempo, inventou de fazer roupas simples para as crianças do bairro e logo seus pijamas de flanela ganharam fama.
Nos dias em que estava mais lúcida, sua mãe era a pessoa que mais a elogiava. Na adolescência, mesmo depois de ter enfrentado o desamparo da orfandade, cultivava bons pensamentos e acreditava que o destino iria favorecê-la a qualquer momento, já que se considerava uma pessoa virtuosa.
Entretanto, as dificuldades que passou foram maiores do que havia imaginado. Assim sendo, como ganhava pouco com os serviços de costuras, começou a trabalhar em um escritório de contabilidade, onde o salário era suficiente apenas para um sustento modesto e sem espaço para sonhos.
Logo, abandonou os estudos e passou a concentrar seus esforços para sobreviver e, principalmente, para se manter afastadas de pessoas de má índole que se aproximavam com segundas intenções. Naquela época, estava perdida em meios as decepções, que pareciam intransponíveis.
“Tenho saudade daqueles dias e, por mais estranho que pareça, existiam momentos de plena alegria! Por causa deles, meu coração mantinha-se alinhado com as mais nobres intenções e sonhava com boas coisas, bons mundos e boas realizações.”
Todavia, quando conheceu Carlos, ficou convencida de que conseguiria aplacar as feridas da infância e tornar-se uma mulher confiante. Após seis meses de namoro os dois se casaram. Ela tinha o completo apoio do marido para fazer o que bem quisesse e estava diante das melhores oportunidades que o dinheiro poderia oferecer.
Mas, com o passar dos anos, o amor que acreditavam possuir simplesmente desapareceu sem deixar rastros. Novamente, ela precisou reconstruir sua vida e, assim, acabou repensando em suas atitudes, focando suas energias na Yoga e em seus benefícios.
“Desde o dia do meu nascimento, na primordial condição iluminada em que todos aparecemos nesta vida, eu já sabia as respostas: todos os mundos, azuis, verdes, roxos, redondos ou quadrados, eram exatamente iguais...”
Um romance inusitado e enigmático, com um toque sobrenatural. Dividido em duas partes contém títulos relacionados a algumas cores que possuem importantes significados. Cujo enredo está focado na tranquilidade e também na temática budista que é explicada de forma meticulosa.
Narrado em primeira pessoa, através de lembranças, deveria aproximar mais o leitor, porém, achei a história um pouco confusa e cansativa. Portanto, só é possível entender alguma coisa no final. A escrita da autora é inteligente e criativa, tinha tudo para ser um livro maravilhoso.
Achei a capa bonita, no entanto, achei que faltaram elementos que chamassem mais atenção. A diagramação é delicada, mas as letras muito pequenas dificultam a leitura. A revisão é ótima.
Dou três estrelas e recomendo apenas para quem procura algo mais zen sem grandes expectativas!!!
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