“A culpa é uma caçadora.”
Joana sabia que os alemães fariam o seu grupo de refugiados sair da estrada rural se os encontrassem. Afinal, as estradas eram reservadas para os militares. Portanto, qualquer um que fugisse da Prússia Oriental era rotulado de desertor. Mas, ela se tornou desertora quatro anos antes, quando fugiu da Lituânia.
Em 1941 Joana partiu da Lituânia e nunca mais soube nada concreto sobre a situação de sua família. Contudo, esperava que as coisas terríveis que ouviu nas ruas não fossem verdade.
“O destino é um caçador.”
Florian era um prussiano, considerado pelos pais um rapaz talentoso. Todavia, certamente não aprovariam suas decisões e os segredos que carregava nas costas em meio à guerra entre Hitler e Stalin. Achariam que havia se tornado um criminoso.
Florian morreria pelas mãos dos soviéticos ou dos nazistas se descobrissem seu plano. Estava fugindo a dias, sem descanso, determinado a alcançar seu objetivo, que se tornava cada vez mais difícil.
“A vergonha é uma caçadora."
Emilia era uma polonesa de apenas quinze anos. Enquanto se escondia dos horrores da guerra, acabou sendo surpreendida por um russo. Mas Florian a encontrou e ajudou.
Inicialmente ele não estava disposto a levá-la em sua missão, pois acreditava que o atrasaria. Entretanto, não suportaria deixá-la para traz sozinha, era mais prudente seguirem juntos.
Hitler declarou que os poloneses eram sub-humanos. Logo, deviam ser destruídos para que os alemães pudessem possuir a terra de que precisavam para seu império. Hitler dizia que os alemães eram superiores e não viveriam entre poloneses.
“O medo é um caçador.”
Alfred era um marinheiro alemão de apenas dezessete anos, que servia muito bem ao seu país e carregava mais coragem do que homens com o dobro da sua idade. Estava decidido a provar que havia um herói dentro dele.
Ele era um vigia muito competente. A atenção aos detalhes sempre foi um dos seus pontos fortes. Havia rumores de uma evacuação naval maciça e os alemães estavam fazendo os preparativos no porto.
O exército de Stalin se aproximava deixando as pessoas em pânico. No entanto, Alfred sentia que tinha nascido pronto para ajudá-las a lidar com a situação.
“Pensei nos inúmeros refugiados que percorriam a dura e longa trilha para a liberdade. Quantos milhões de pessoas teriam perdido a casa e a família durante a guerra?”
Um romance histórico intenso e angustiante, constituído de personagens extremamente realistas. Sendo que a narrativa em primeira pessoa intercala entre os protagonistas: Joana, Florian, Emilia e Alfred. Todo o cenário do início ao fim é impecável.
A escrita da autora é envolvente, meticulosa e harmoniosa. Passando muita verdade e consistência aos fatos.
A capa é linda, profunda e condiz com o conteúdo. A diagramação é muito bem feita e a revisão é exemplar.
Dou cinco estrelas e recomendo para quem gosta do gênero e procura uma leitura surpreendente!
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