Uma mulher no escuro é o quinto livro do escritor brasileiro Raphael Montes. O thriller policial e psicológico, conta a história de uma mulher de 24 anos que teve a vida marcada por uma tragédia. Quando era criança, aos quatro anos, sua família foi brutalmente assassinada e ela fora a única sobrevivente, no entanto carrega consigo sequelas físicas e traumas psicológicos.
“A cada golpe, os gritos do irmão perdiam força, transformados em sussurros gorgolejantes. Filetes de sangue escorriam pela beirada da cama e gotejavam perto dela.”
Vitória foi criada por sua tia avó, trabalha num café, não consegue se relacionar muito bem com as pessoas, não tem amigos, sua vida é monótona e sem perspectivas. O suspense, que se passa na cidade do Rio de Janeiro, começa quando o carrasco de sua família, o algoz assassino, o “pichador”, deixa uma mensagem em seu apartamento que diz:
Vamos Brincar?
Victoria se sente insegura e começa a buscar respostas sobre seu passado, despertando assim muitas memórias e instintos perigosos.
A partir desse momento, o leitor começa a tentar desvendar os mistérios do autor para descobrir quem teria matado a família de Vitória e quais seriam os motivos desse ato tão violento, cruel e frio.
Algumas partes são contadas pelo assassino, o que torna a história mais interessante...
“Victória não reagiu como eu pensava. Movidas algumas peças, esperei que ela perdesse o controle, se sentisse indefesa e me procurasse na mesma hora. Não foi o que ela fez. Por um lado, estou decepcionado. Por outro, orgulhoso. Gosto de desafios, gosto que ela quebre minhas expectativas. Torna tudo mais excitante.”
O livro não tem muitos personagens, o que não é um problema, a trama gira em torno de Vitória, seu amigo Arroz, seu psiquiatra, sua tia (que lhe criou após a morte dos seus pais), George e alguns outros personagens não tão relevantes. Quem é quem nessa história e quem será o cruel assassino?
“Ao entrar em casa acendeu todas as luzes, tirou o jeans e abraçou Abu... Pegou o caderno sobre a mesa e voltou a ler. Geroges, Arroz, Dr. Max... todos aqueles homens e suas malditas pressões logo desapareceram de seu pensamento.”
De fácil leitura, organizado de forma a prender o leitor, embora não seja meu livro preferido de Raphael Montes, já que amei Suicidas, é um suspense de tirar o fôlego. Segundo as críticas, a história é clichê, mas o modo como o autor desenrola os fatos não é nada comum. Surpreenda-se a cada movimento dos personagens e tente descobrir o final louco que o autor preparou pra você.
Nenhum comentário:
Postar um comentário