Uma Promessa e Nada Mais é o quinto livro da Série Clube dos Sobreviventes de Mary Balogh.
Chloe Muirhead, infelizmente, não era uma duquesa. Nem ganhava sequer uma moeda além da renda que recebia do pai. Aos 27 anos não queria se estabelecer em lugar algum por conta própria, pois desconfiava que seria solitário demais.
Então, escreveu para a duquesa de Worthingham de 82 anos, que era madrinha de sua mãe e tinha sido uma das melhores amigas de sua falecida avó, para oferecer seus serviços como acompanhante. Mas a duquesa preferiu aceitá-la como sua convidada, não como empregada, e pelo tempo que quisesse.
Portanto, se dependesse da duquesa, Chloe ficaria em Manville Court para sempre, pois não conseguia imaginar nada mais agradável do que ter a companhia de uma moça para animar seus dias e fazer com que ela mesma voltasse a se sentir jovem. Desta forma, Chloe passou a acompanhá-la quando recebia convidados à tarde ou saía para fazer visitas.
A duquesa a tratava muito bem, assim como o duque, ainda que do jeito rabujento dele. Mas, apesar de ter sido acolhida com evidente sinceridade e de ser tratada com gentileza, Chloe se sentia na obrigação de, no mínimo, ser útil sempre que possível, ainda que não precisasse trabalhar para pagar o próprio sustento.
“Chloe não aguentava mais ouvir as qualidades dele. Duvidava que tivesse alguma.”
Embora ainda não tivesse conhecido Ralph Stockwood, o conde de Berwick, neto da duquesa, para fazer julgamentos sobre ele, Chloe conhecia muito bem sua reputação. Ele frequentou a mesma escola que Graham, irmão dela.
A pedido da duquesa ele estava a caminho de Manville Court e Chloe suspeitava que aquela convocação tivesse a ver com a saúde do duque, que vinha causando certa preocupação à esposa nos últimos meses.
Chloe não queria conhecê-lo, pois estava certa de que não gostaria dele. Queria menos ainda, que ele a visse como um solteirona de 27 anos, envelhecida, com reputação duvidosa e sem perspectivas, que a avó dele hospedava por caridade. Uma criatura patética.
“Fazia o que fosse preciso para se manter ocupado.”
Ralph tinha uma casa, a mansão Elmwood, em Wiltshire, onde havia crescido e que herdou de herança junto com o título do pai. Tinha mais dinheiro do que poderia gastar a vida inteira, mas estava com 26 anos e às vezes se sentia um septuagenário.
Desfrutava de boa saúde apesar das numerosas cicatrizes de batalha que levaria para a sepultura, inclusive uma que atravessava seu rosto. Tinha amigos, havia muitas pessoas com quem mantinha relações amistosas, mas não estava disposto a se abrir emocionalmente para nenhuma mulher, porque temia se apegar a algo que não acreditava ser digno de ter.
De forma estranha, não costumava pensar nos companheiros do Clube dos Sobreviventes como amigos. Era um grupo do qual fazia parte, formado por seis homens e uma mulher. Todos haviam se ferido com severidade durante as Guerras Napoleônicas, de formas variadas, e passado três anos juntos na Coronualha, em Penderris Hall.
Quatro dos Sobreviventes haviam se casado no período de pouco mais de um ano. Ralph não lamentava. Eram a mudanças que o incomodavam, um incômodo tolo, mas que ele não conseguia evitar.
“Era incapacitado para o amor – incapaz de senti-lo, dá-lo a alguém ou mesmo desejá-lo.”
Assim como a vida de Chloe, a de Ralph era extremamente solitária. Ambos não estavam em busca de amor, porém, acabaram se encontrando. Logo, um acordo de casamento com beneficiamento mútuo diante da sociedade pareceu a melhor opção. Entretanto, aos poucos os sentimentos poderiam interferir e falar muito mais alto.
Um romance instigante e envolvente. Narrado em terceira pessoa possibilita maior aprofundamento e torna a leitura ainda mais prazerosa.
A escrita da autora, como em seus livros anteriores, é inteligente e meticulosa na medida certa, prendendo o leitor do início ao fim e atiçando a curiosidade pela continuação.
A capa é linda, delicada e tem tudo a ver com o conteúdo. A diagramação é muito bem feita e a revisão é exemplar.
Dou cinco estrelas e recomendo!!!
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