( Resenha ) O Filósofo, a Enfermeira e o Trapaceiro de Max Velati @edcontexto - Clã dos Livros

( Resenha ) O Filósofo, a Enfermeira e o Trapaceiro de Max Velati @edcontexto

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Editora Contexto

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Resenha


A Editora Contexto traz em seu catálogo o Selo Marco Polo, que por sua vez, traz aos leitores livros com temáticas históricas.

São quatro livros publicados com o selo no total, e eu já tive o prazer de ler três. São romances que trazem conhecimento, que nos fazem querer pesquisarmos mais e mais sobre o tema. Que instigam, que provocam, que entrelaçam verdade e ficção de forma única.

O Filósofo, a Enfermeira e o Trapaceiro, escrito por Max Velati, traz como cenário o Brasil Império. o título por si só já instiga, afinal o que personas tão diferentes podem trazer em comum? Como seria esse enredo?

Narrado por Cesar, o Trapaceiro, o livro traz uma trama envolta por crimes injustos. Não seria de bom gosto acreditar nas palavras de um Trapaceiro, mas assim que temos sua narrativa, passamos a compreender os motivos que o levaram a ganhar tal alcunha.

O Trapaceiro precisou pagar caro por todas as escolhas incorretas que fez em sua vida. E antes de seu caminho cruzar com outra personalidade do enredo, ele se encontrava sozinho, sem amigos, sem família, sem amor.

"(...) é possível aguentar grandes dores e grandes perdas, mas o sofrimento de pequenas dores todos os dias pode subitamente tornar-se insuportável."

Isoba, o Filósofo, é um homem negro que fora feito de escravo injustamente no Brasil. Ele era da elite africana, mas sua vida foi tomada pela crueldade a partir de sua captura. Inteligente e sagaz, se fez de mudo por muito tempo, até ser comprado por Cesar.

"Mudar meu nome e me chamar de escravo não muda quem sou."

Isoba captura imediatamente o sofrimento e as dificuldades do homem. Ao se pronunciar, com maestria e habilidade de fala, Cesar compreendeu que estava diante de um sábio.

Uma amizade surge então. Acontece que Cesar não tinha ciência de que, nessa época, ter seu escravo como amigo poderia provocar a fúria de pessoas poderosas.

Como garantir a liberdade de Isoba?

Em meio a essa trajetória para tentar libertar seu amigo, o caminho dos homens se cruza com o de Agnes, a Enfermeira.

"Conheci dois tipos de médico. Aqueles que parecem saber mais do que sabem e os que sabem mais do que parecem."

Chamada de bruxa por muitos, a mulher nutre alto conhecimento sobre a medicina. Inteligente, ácida e empoderada, Agnes consegue ganhar a confiança de Cesar e Isoba e assim, juntos, passam a tentar desvendar crimes trágicos que já ocorreu nas redondezas.

Com um desenvolvimento lento, porém envolvente, Max não nos cede um grande suspense; mas o teor filosófico colocado na trama é tão incrível que sinceramente não me fez falta.

Com discursos que podem facilmente ser usados em nosso contexto atual, sua escrita remete a reflexão. Além do mais, o contexto histórico, colocado de forma sutil, sem esforço, passa conhecimento ao mesmo tempo que nos faz viajar. 

Se aprecia romances históricos, precisa conhecer esse! Recomendo.

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