Nathaniel vinha observando uma determinada casa, onde Trouville, o velho duque, que ocupava um cargo quase secreto na Secretaria de Estado, havia dito que sua informante estava incomunicável. Ela era importante e carregava informações que precisavam para agir. Prisões seriam realizadas. Tudo seria feito por baixo dos panos, pois queriam que os outros continuassem pensando que as rebeliões e as sociedades secretas tinham caído no limbo com o enforcamento do coronel Despards, seu último grande líder.
Mas era mentira. Eles continuavam vivos e ainda queriam matar o rei, incendiar o parlamento e ajudar os franceses a invadirem o litoral da Inglaterra.
“...a trama na qual se envolvera era feita de confusão e traição desde o começo.”
Meredith precisava de dinheiro, porque estava farta de depender de parentes. Sua família não era pobre, comerciantes, donos de pequenos negócios, eram o que se poderia chamar de classe média. Mas, após a morte da mãe, a situação ficou difícil, pois os meios-irmãos a desprezavam. Portanto, ela preferiu o dinheiro e ser informante rendia um bom pagamento.
Trouville enxergou potencial nela, ela retribuiu o interesse e, desde então, só observava e reportava. Nada além disso. Até que teve seu primeiro contato com o mundo e se viu à mercê de um desconhecido enviado para resgatá-la.
Nathaniel não era só seu guarda, havia se tornado também seu protetor. Se aqueles que a sequestraram a encontrassem, certamente a matariam e ele estava ali para impedir isso.
“Ele caminhou ruma à escuridão, como alguém acostumado a ela, sem temer o que podia haver lá.”
Um romance de época que me surpreendeu muito mais do que poderia imaginar. Narrado em terceira pessoa possibilita maior riqueza de detalhes e um envolvimento mais profundo na trama.
A escrita da autora é sensível, inteligente e ardilosa. Os personagens são muito bem desenvolvidos, com personalidades distintas.
A capa é perfeita, tem tudo a ver com a história. A diagramação é ótima e a revisão é exemplar.
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