( Resenha ) O Colecionador de Memórias de Cecelia Ahern @Novo_Conceito - Clã dos Livros

( Resenha ) O Colecionador de Memórias de Cecelia Ahern @Novo_Conceito

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Editora Novo Conceito


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Resenha





“Quando se trata de lembranças, há três categorias: coisas que quero esquecer, coisas que não consigo esquecer e coisas que esqueci que havia esquecido, até me lembrar delas.”




Segundo a mãe de Sabrina Boggs, a filha tinha facilidade para se lembrar do que os outros se esqueciam. Talvez fosse uma maldição, afinal, ninguém gostava de quando alguém se lembrava do que todo mundo se esforçou tanto para sepultar. 


Sabrina era o tipo de pessoa que se lembrava de tudo depois de uma bebedeira. Alguém que todos torciam para que ficasse com as lembranças bem quietas. 


“Imagino que me lembro desses episódios porque eu mesma nunca me comportei assim, pois não consigo pensar num momento em que eu tenha saído da linha, me tornado outra versão de mim mesma, a ponto de querer e precisar esquecer.”


Ela sempre seguia as regras e não conseguia ser outra pessoa nem mesmo nos momentos de grande estresse, quando um colapso certamente seria aceitável. Logo, aquele poderia ser o motivo para admirar isso nos outros e lembrar o que eles preferiram esquecer. 




“Às vezes, tenho de me lembrar de respirar. É de se pensar que esse seria um instinto humano inato, mas, não, eu inspiro, depois esqueço de expirar e me pego rígida, toda tensa, com o coração disparado, o peito apertado, a cabeça ansiosa, imaginando o que há de errado.”






Sabrina era salva-vidas em uma casa de repouso há sete anos. Tratava-se de um lugar requintado, como um hotel quatro estrelas, com assistência em tempo integral. 


Ocupava a cadeira de salva-vidas cinco dias por semana e observava enquanto três pessoas por hora entravam na piscina para nadar. Sem dúvidas, era um fluxo constante de monotonia e calma. 


Ela gostava do emprego, mas tinha andado meio pilhada ultimamente. Não sabia o motivo e o que estava esperando que acontecesse em sua vida. Não tinha sonhos nem objetivos, em particular. 



“Sou um ser humano comedido e racional, gente como eu não perde a cabeça em público.”



O que aconteceu com o pai dela foi difícil, mas não o perderam. Ele ainda estava vivo e, na verdade, o que perderam foi seu outro lado, o lado distante e às vezes implicante, que era mais complicado de amar. 


Ele estava contente com o lugar onde vivia, porque se dava bem com as enfermeiras e Sabrina passava mais tempo com ele do que antes. Costumava visitá-lo com o marido, Aidan e os filhos aos domingos. 


“Há meios de se lidar com esses momentos, eu delicadamente os deixo de lado, sigo rapidamente adiante, como se não tivesse acontecido, ou finjo que eu mesma tenho os detalhes errados.”


Desde que encontrou um inventário com várias bolinhas de gude que pertenceram ao seu pai, Sabrina se deu conta de que sabia muito pouco sobre quem ele realmente era. Portanto, resolveu iniciar uma busca pelas lembranças dele e percebeu que pouco sabia sobre si mesma. 


Um romance recheado de reflexões de vida que provocam reflexão e tocam profundamente o coração. Narrado em primeira pessoa pela perspectiva da protagonista, Sabrina, que descreve todos os acontecimentos de forma interessante e peculiar. Transportando facilmente o leitor para dentro da história. 


A escrita da autora é sensacional. Os personagens são sensíveis e marcantes, certamente ficam fixados na memória.


A capa é linda, com detalhes coloridos que remetem ao conteúdo. A diagramação é sutil, com letras grandes, que facilitam a leitura. A revisão é exemplar.


Dou cinco estrelas e recomendo com certeza, para quem procura uma leitura leve e agradável!!!


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