( Resenha ) Esperança de Lesley Pearse @editoraarqueiro - Clã dos Livros

( Resenha ) Esperança de Lesley Pearse @editoraarqueiro

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Editora Arqueiro

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Resenha


Tudo começou no interior da Inglaterra, no ano de 1836, em meados do século XIX, com o nascimento de uma criança indesejada, que poderia se tornar um escandâlo sem medidas, pois Lady Harvey havia traído o marido e poderia ser expulsa de Briargate. Desta forma, Nell, que tinha apenas 14 anos e trabalhava como empregada na mansão dos Harveys, acabou se envolvendo no acobertamento daquele nascimento e levou a bebê para sua casa, onde sua mãe ainda possuía leite para alimentá-la. 

Embora tivesse filhos demais, os pais de Nell, Meg e Silas, gostavam de bebês, tanto que sua mãe estava sempre com um novo nos braços. Portanto, apesar de morar perto da mansão, as pessoas não estranhariam de forma alguma, caso a vissem. Mas aquele segredo deveria ser mantido para sempre. 

Logo, deram o nome de Hope a criança, que significava esperança. Ela não se parecia em nada com Lady Harvey, que era apenas uma pobre alma que sofria pela criança que havia perdido e que demonstrou durante os dois primeiros anos que pensava naquilo com frequência. Assim sendo, se recompunha quando o marido estava em casa, mas, no instante em que partia novamente para cuidar de seus negócios em Londres, ela voltava a sofrer. 


“Hope iria mamar no seio que todos conheciam, passaria por dias de fome como eles e descobriria que as crianças do vilarejo começavam a trabalhar desde tenra idade.”

Conforme crescia, Hope se tornou ainda mais bonita e aprendeu a lidar com as dificuldades. Todos a viam como um anjo, apesar da língua afiada. Tinha um sorriso deslumbrante, uma alegria e entusiasmo que fazia rir até mesmo os mais sérios. 

Então, em 1835, Lady Harvey deu à luz um menino, Rufus, o tão esperado herdeiro. Nell não estava presente no nascimento, dessa vez uma parteira experiente e um médico de Bath foram convocados. Rufus era pequeno, mas robusto e com um belo par de pulmões, de olhos azuis e pele clara como os pais. 

Não contrataram nenhuma ama de leite, porque a própria Lady Harvey o amamentou e sua alegria e a de sir William contagiaram a casa. Nell também ficou feliz por eles, mas, ao mesmo tempo, não podia deixar de considerar as diferenças entre a vida de Hope e a do meio-irmão. 

“Porém, Nell ainda se preocupava que, à medida que Hope crescesse, as pessoas reparassem na sua graciosidade, na pele clara, nos membros esguios e traços delicados e a vissem como a criatura de fina estirpe que realmente era.”

Os 14 anos, Hope já estava preparada para trabalhar com os serviços domésticos. Portanto, começou na mansão dos Harveys e, depois de algum tempo, se deparou com situações complicadas que a levaram a se afastar, permanecendo entre os cortiços de Bristol. 

Lá ela contribuiu muito durante uma epidemia de cólera que assolou o povo que já vivia em grande miséria. Situações como aquela, entre a extrema pobreza e a doença, fizeram com que Hope se moldasse ainda mais forte. Deste modo, as pessoas começaram a olhá-la com admiração. 

“A sensação que tivera de envelhecer dez anos na noite em que Hope nascera nunca mais a deixou. Era como se tivesse perdido parte da infância, e isso a deixou cautelosa e receosa demais.”

Quando suas irmãs desejavam coisas que Nell sabia que nunca poderiam ter, era sempre rápida em desencorajá-las. Mas, por algum motivo, nunca conseguia fazer isso com Hope. No fundo, sabia que um dia ela encontraria o lugar de volta a que pertencia. Isto, porque os segredos nunca permaneciam guardados para sempre, em algum momento, a verdade sobre as suas origens seria revelada.  

Um romance de época extremamente emocionante e inesquecível, que me tocou profundamente. Narrado em terceira pessoa, apesar das 559 páginas, envolve o leitor numa trama apaixonante sem que a leitura se torne arrastada, sem dúvidas me prendeu do início ao fim. 

A escrita da autora é inteligente, detalhista e harmoniosa. Os personagens são muitos, com características realistas e marcantes, cujas vidas se interligam. Sendo assim, não existe um protagonista, porque apesar do título e da sinopse, Hope não é a principal. Na verdade, ela só se torna a pessoa que é, graças aqueles que vivem ao seu redor e a ensinam a lidar com a realidade. 

A capa é linda e delicada. A diagramação é ótima e a revisão é exemplar. 

Dou cinco estrelas e recomendo!!!

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