A Magia do Inverno é o segundo livro da Duologia Futhermore, cuja personagem principal é Laylee.
Para a cidade de Whitchwood, o inverno era uma distração bem-vinda, pois os habitantes prosperavam no frio e deliciavam-se com o gelo. Todos estavam bem preparados, com alimentos e festividades que garantiam o aconchego durante toda a estação.
Whitchwood era um vilarejo distintivamente mágico. Sendo a Yalda, o feriado mais importante da cidade, uma noite fortemente mágica.
Mas, Laylee Layla Fenjoon odiava o frio. Aos treze anos de idade, já havia perdido todo o otimismo precioso e inabalável reservado quase que exclusivamente aos jovens. Não tinha senso de extravagância, o menor interesse pela decadência e a menor tolerância para gentilezas.
Ela não gostava de muitas coisas, inclusive de sua sina na vida, mas talvez o inverno fosse a coisa que ela menos gostava no mundo. Não importava o quão frio estivesse, foi a única Mordershoor que restou da cidade, por isso, era forçada a trabalhar sozinha por longas horas, esfregando a pele e a alma dos cadáveres, enquanto os preparava para o pós-morte.
Com frequência, ela se pegava sonhando com uma vida na qual não precisava cuidar de uma lavanderia de mortos. Principalmente, porque sua mãe havia morrido dois anos antes e seu pai era totalmente ausente.
Laylee era o dano colateral em uma guerra contra o sofrimento, e seu pai que não tinha qualquer esperança de vencer essa guerra, infelizmente sucumbiu ao ópio do esquecimento. Desta forma, mantinha-se isolada num castelo pequeno e gelado em uma pequena península no limite da cidade, porque ninguém queria ser vizinho de uma menina cujo trabalho era tão infeliz.
“Mas um dia, Laylee jurou, ela devolveria luz e cor à penumbra a que sua vida se reduzira."
Antes de tudo acontecer, Laylee possuía cabelos castanhos lustrosos e pesados, que aos poucos começavam a perder a cor, ficando grisalhos das pontas para a raiz, e seus olhos que no passado foram de um âmbar profundo e rico, tornaram-se cinza vidrado. Sua aparência era distante e perpetuamente triste.
Embora trabalhasse duro todos os dias, Laylee raramente recebia pelo que fazia. Quando os mortos eram entregues à sua porta, não lhe restava escolha senão acrescentá-los à pilha. Com frequência, o povo tirava proveito dela, algumas vezes pagavam muito pouco, outras, sequer pagavam.
“Era uma menina que raramente falava porque tinha medo de uma combustão espontânea.”
Alice e Oliver surgem na vida de Laylee de repente, dispostos a ajudá-la a sair daquela vida miserável. No entanto, seria muito mais difícil do que sequer imaginavam. Sobretudo, porque ela não estava mais acostumada a ter contato com outras pessoas.
Mas, a amizade entre eles se torna mais forte do que a dor que Laylee sente em seu coração. Permitindo que lutem contra a escuridão.
"E aqui está o que há de mais estranho nos sentimentos:
Às vezes, eles crescem lentamente, um tijolinho cuidadosamente colocado sobre o outro ao longo de anos de trabalho e dedicação; uma vez construídas, essas bases tornam-se inabaláveis.”
Este livro me tocou ainda mais profundo do que o anterior, porque possui muitas camadas de sentimentos, que me emocionaram muito. Narrado em terceira pessoa permitiu que eu me aproximasse mais dos personagens, conhecendo-os melhor, permitindo que me cativassem.
A escrita da autora é inteligente e meticulosa. Tudo se encaixa perfeitamente numa trama repleta de lições sobre superação.
A capa é linda, representa muito bem a protagonista. A diagramação é ótima e a revisão é exemplar.
Dou cinco estrelas e recomendo!!!
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