Faro Editorial
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Resenha
"Pistas Submersas" é o primeiro livro de uma série de suspense policial que se passa na ilha de Doggerland.
Quem estrela o suspense é a investigadora Karen.
Num local de trabalho liderado por homens, Karen, mesmo com seu talento, nunca conseguiu um caso de destaque para si. Lidando com o machismo estampado em toda a equipe, ainda enfrenta as piadas constantes de seu chefe Jounas Smeed.
Numa noite de bebedeira, o impossível acontece: Karen e Jounas se rendem aos desejos e pernoitam juntos em um hotel.
Acontece que na manhã seguinte, a ex mulher de Jounas é brutalmente assassinada. Por motivos éticos, seu chefe é afastado do caso e Karen o assume.
Quem teria motivos para matar a mulher?
"(...) eu não a matei, embora não me faltassem motivos, e uma grande vontade também, muitas e muitas vezes."
Um caso difícil, delicado, que põe a prova a própria Karem, que além de todos os obstáculos do trabalho, precisa lidar com o fato de que poderá ser o único álibi de Jounas.
"Ela não pediu para ser promovida, e ninguém aqui está gostando de bisbilhotar os assuntos particulares do Smeed."
A leitura se desenvolveu de forma muito lenta, e de imediato considerei essa "arrastada" pela minha própria situação pessoal (mudança no trabalho, na rotina, etc). Mas bastou um momento de maior zelo com a obra para me dar conta de que o livro em si tem um desenvolvimento muito lento.
A escrita da autora é descritiva em excesso, o que em alguns momentos contribui para a riqueza de detalhes do cenário e dos próprios personagens e em outros, se torna cansativa, fazendo com que o leitor precise parar para filtrar todo o contexto descrito.
A protagonista Karen tem uma personalidade até então comum, com seus traumas típicos de quem já está inserida há muito tempo na criminologia; um perfil que não está ali para cativar com doçura, mas sim com sua bravura e faro para os crimes decorridos. Acontece que em muitos momentos sua personalidade se perdia. O empoderamento que tanto esperei ficava em segundo plano em muitos momentos, o que me deixou frustrada, já que esperava mais pitadas de feminismo nessa protagonista.
Os personagens secundários são exóticos. Talvez por toda a descrição, talvez ainda propositalmente por parte da autora, não temos um que se sobressaia, que faça com que o leitor tenha uma empatia genuína. Karen e a vitima em si são quem tomam os holofotes, e ambas as essências não são comuns a ponto de fazer com que um leitor se apaixone logo de cara.
Em contrapartida, o suspense em si não deixa a desejar. Mesmo com os pecados de construção e descrição excessiva, o suspense se mantém vivo do início ao fim.
São 368 páginas, e mesmo considerando que o livro poderia ficar bem melhor se compactado, devo dizer que lemos cada uma delas pela elaboração do suspense, que é instigante, que é criativo, e que não deixa de ser bom mesmo quando tudo é revelado ao leitor.
"Pistas Submersas" tem seus pecados, mas não deixa de ser um bom suspense. Temos a peculiaridade do passado de Doggerland misturados a sua contemporaneidade. Essa mescla de passado e presente se faz de forma espetacular, e justamente quando se deu a narrativa do passado, concordei com tantos elementos descritivos.
É um livro para ser lido com calma, sem expectativas de ser avassalador.
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