( Resenha ) Cidade das Garotas de Elizabeth Gilbert @cialetras - Clã dos Livros

( Resenha ) Cidade das Garotas de Elizabeth Gilbert @cialetras

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Resenha

Vivian Morris tinha dezenove anos quando foi dispensada da Vassar College por nunca ter comparecido às aulas e ter sido reprovada em todas as provas do primeiro ano. Estava tremendamente preocupada com a aparência ao invés de estudar. Embora, realmente nunca tivesse se encaixado naquele lugar, pois nada instigava sua curiosidade. 

Ela não sabia de fato o que fazia numa faculdade, além de cumprir um destino cujo propósito ninguém se deu ao trabalho de explicar. Desde a infância, seus pais haviam dito que estudaria na Vassar, mas ninguém falou o motivo. 

Vivian passou alguns anos na Escola Emma Willard Para Garotas, na cidade de Troy, estado de Nova York, com seu brilhante corpo docente só de pós-graduadas pelas “Seven Sisters” as sete universidades femininas de elite dos Estados Unidos, mas isso não bastava para os seus pais. A mãe não tinha ideia do que fazer com ela e o pai tampouco. Ambos estavam ocupados demais. 

“Eu a envergonhara tanto com meu fracasso que minha mãe mal conseguia olhar para mim.”

O irmão mais velho de Vivian, chamava-se Walter e estava fazendo coisas notáveis em Princeton. Ao contrário dela, nunca cometeu nenhuma irresponsabilidade na vida. Era tão respeitado pelos colegas no internato que o apelidaram de “o embaixador”. Ele estudava engenharia porque queria melhorar a infraestrutura para ajudar as pessoas mundo afora. 

Assim como acontecia com os pais, mesmo com apenas dois anos de diferença na idade, Vivian nunca foi próxima do irmão, sobretudo, porque sabia que não fazia parte da vida dele. As amigas dela também seguiram em frente, partiram para a faculdade, trabalho, casamento e vida adulta, assuntos que fugiam ao seu interesse ou entendimento. 

Portanto, não havia ninguém por perto para se preocupar com Vivian ou distraí-la. Estava entediada e apática. Até que os pais se encheram dela e a despacharam para morar com a tia Peg na cidade. 

“Às vezes levamos muito tempo para entender as coisas.”

A adorada máquina de costura de Vivian a acompanhou em sua viagem, pois ela a considerava sua alma gêmea demente, sem a qual não conseguia viver. A avó Morris que a ensinou a costurar e quando a neta completou treze anos a presenteou com uma máquina de costura.

Vivian a enxergava com a mulher mais colorida do mundo, que era fascinada por drama, desta forma, assistia a todas as peças e apresentações que apareciam na cidade, e amava filmes. Volta e meia elas saíam juntas, já que tinham o mesmo gosto. Ela constrangia todo mundo, menos a neta. 

Infelizmente, em agosto de 1939, poucas semanas antes de Vivian começar seus estudos na Vassar, a avó faleceu. Não foi uma surpresa, sua decadência se inicou anos antes, mas ainda assim a perda dela, a melhor amiga, mentora e confidente, acabou com a neta. 

“Talvez eu não fosse uma aluna tão terrível assim, no final das contas. Talvez estivesse apenas triste.”

Vivian havia encontrado a tia Peg algumas vezes antes, ainda que ela e seu pai não fossem próximos, porque ele não aprovava a irmã do mesmo modo que não aprovava a própria mãe. Peg era dona de um teatro, o Lily Playhouse. Assim sendo, o irmão a via como uma à toa, que vivia num mundo de faz de conta. 

Peg compareceu a alguns Natais em família quando Vivian era mais nova, mas não muitos, pois estava sempre na estrada com sua companhia de teatro. Mais recentemente, ela havia voltado a Clinton para o funeral a avó Morris, mas teve que ir embora imediatamente, porque tinha um espetáculo para produzir na cidade. 

Vivian mal a conhecia, afinal. Entretanto, sentia que era diferente dos demais membros da família, que eram propensos a frieza. Ela sabia que a tia não havia planejado uma carreira no teatro, arrumou o trabalho de forma bastante fortuita, formou-se como enfermeira da Cruz Vermelha, um fato curioso, e atuou na França durante a Primeira Guerra Mundial. No decorrer do caminho, Peg descobriu que era mais talentosa na organização de passatempos para soldados feridos do que cuidando de seus machucados. 

“Tinha o dom, percebera, de produzir espetáculos baratos, rápidos e cômicos em hospitais e casernas de campanha. A guerra é um negócio pavoroso, mas ensina a todos algumas coisa; aquela guerra específica ensinou à tia Peg como monta um espetáculo.”

Logo, junto com Peg, Vivian embarcou numa jornada inusitada, repleta de pontos altos e baixos, que fariam com que conhecesse melhor a si mesma e descobrisse enfim o que realmente desejava para sua vida. 

Um romance fantástico, com muitas nuances e uma linguagem envolvente, que me prendeu facilmente. Narrado em primeira pessoa pela perspectiva da protagonista, Vivian, o leitor tem uma noção geral do que houve no passado dela, explorando suas ideias. 

A escrita da autora é sensacional, com uma linguagem atual, tornando a leitura fluída. Os personagens são ótimos, tão bem descritos que me apeguei a eles e já estou com saudades.

A capa é linda, delicada e feminina, com uma harmonia de cores perfeita. A diagramação é muito bem feita e a revisão é exemplar. 

Dou cinco estrelas e, com certeza, recomendo!!!

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