Heróis da Fronteira é com certeza um livro que chama a atenção logo pela sinopse. Afinal, a trama sobre uma mulher que decide ir para o Alasca num trailer com seus filhos pequenos, é atrativa para a maioria dos leitores.
E foi justamente essa premissa que me fez querer ler o livro. Gosto de viagens, gosto de aventuras, e gosto mais ainda de protagonismo feminino.
Josie se encontra em um momento complicado da vida. Separada, enfrentava problemas em seu trabalho e, óbvio, estava emocionalmente esgotada por esses e outros problemas.
Decidida a fazer uma viagem com seus filhos, a fim de espantar os problemas da vida, aluga um trailer e parte rumo ao Alasca com duas crianças pequenas. Bem, isso eu já disse. Acontece que desde o início da trama, como meros observadores, já conseguimos chegar a conclusão que essa viagem estava sendo romantizada por Josie.
Afinal, ela não contava que o Alasca tinha incêndios naturais o tempo todo. E a vida selvagem pode não ser tão divertida como parece nos filmes.
Assim, com problemas reais, imaginários e emocionais, a história de Josie se desenrola de uma forma surpreendente e comovente.
Confesso que não esperava que esse livro tivesse um gancho emocional tão presente. Ver personagens tão abalados como Josie, envolve um misto de empatia e cansaço ao mesmo tempo, enquanto leitora. As atitudes da personagem por ora me irritavam. Seu filho Paulo, uma criança de 8 anos, consegue ser o ponto de equilíbrio da história. É o personagem mais sensato e que tem uma proteção imensa por sua irmã, Ana.
A história se desenvolve com passagens inimagináveis, e aos poucos, fui descobrindo que a viagem em si dizia mais respeito ao amadurecimento de Josie que qualquer outra coisa. Com frases de impacto, cheias de ganchos reflexivos, a obra consegue sim agradar.
Aliás, a obra como um todo causa desconforto pelo fato de estarmos acostumados com personagens quarentões cheios de sabedoria. Se ao terminar de ler, imediatamente considerei um livro mais ou menos, ao refletir mais sobre a leitura mudei completamente de opinião.
Vejo a personagem como um ser humano comum, que erra e tem gana que as coisas aconteçam rápido. E nessa gana, ela se perde. E nos desprende também. Tive altos e baixos, e meus baixos da leitura se justificam principalmente em situações que Josie estava perdida.
Recomendo para aqueles que curtem personagens em processo de auto conhecimento.
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