( Resenha ) Contos Índios de Ruth Guimarães @faroeditorial - Clã dos Livros

( Resenha ) Contos Índios de Ruth Guimarães @faroeditorial

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Faro Editorial

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Resenha

Eu sou apaixonada por folclore, e essa paixão começou na infância. Os contos fascinantes de Curupira, Saci, Iara... e o quão apaixonada eu sou pela lenda da Mani Oca.

O meu livro favorito da vida é justamente Macunaíma, que retrata as lendas indígenas de forma leve, engraçada.

E foi por isso que quis tanto ler Contos Índios, um livro que traz contos que vieram através de muitas pesquisas.




Ruth Guimarães, discípula de Mário de Andrade; um verdadeiro destaque no que diz respeito a literatura nacional, consegue trazer muito mais que meros contos indígenas: ela resgata nossas raízes, nosso passado. Ela demonstra, com uma linguagem própria, de contadora caipira, histórias e causos que por muito se mantém vivas. 

A experiência em ler essa obra foi única. Um livro rico, que me fez viajar por contos que já conhecia e me fez colecionar ainda mais deles. 

Aliás, temos além dos contos, receitas, mapeamento da região pesquisada para a coleta dos contos, artesanato. É realmente uma obra muito importante, de suma necessidade.

"O índio, nós o trazemos em nós." 

Como boa apaixonada pelos contos indígenas, não senti estranheza na linguagem usada pela autora. Pelo contrário, foi confortável,me fez lembrar de Macunaíma.

Das histórias mais afamadas, temos um causo com o célebre Curupira. As histórias de onça e jabuti também não faltam.




Também temos todo o misticismo que ronda as tantas histórias da Cobra-Grande.

É difícil selecionar o melhor conto. Pois todos são incrivelmente perfeitos. Mas, como é hábito em minhas resenhas, vou apontar o que mais me chamou atenção: Homem-Estrela e o Urutau.

"E feiura, afinal, não é crime, é infelicidade."

Neste conto, temos uma estrela que acabou vindo em terra devido a um pedido de uma indiazinha egoísta. Tal estrela, sob a forma humana, era um homem de aparência velha. Logicamente, a indiazinha não quis para si um marido idoso. Sua irmã mais nova, de bom coração, tratou de acolher o então Idoso-Estrela. Casou-se com ele, cuidou bem, até que numa noite, magicamente, o velhote se transformou num lindo homem. 

As lendas que regem a explicação para a noite são também as minha prediletas. Ahhh o que estou falando... Não há como escolher.

Toda a magia, os traços de simplicidade e até mesmo certa inocência ao justificar fenômenos. Ao demonstrarem a importância da natureza, dos animais em si. E ainda, ao salientarem o valor do caráter, do respeito.

Como disse ainda no início, é um livro que recomendo por ser mágico, mas acima de tudo, por ser necessário.

Um comentário:

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